Bhakti Marga - Via do Amor

03/10/2014 13:35

Bhakti marga.

 

Considero todas as grandes religiões do mundo – budismo, cristianismo, islamismo e comunismo – não só falsas, como prejudiciais...”, Bertrand Russell -”Por que não sou cristão”...

 

A questão da verdade de uma religião é uma coisa, mas a questão de sua utilidade é outra, diferente. Estou tão firmemente persuadido de que as religiões são nocivas, como o estou de que são falsas.”... Bertrand Russell -”Por que não sou cristão”...

 

[nota: Bertrand Russell e outros vêem o Comunismo como uma “religião” e não como uma via de índole ideológica. A meu ver isto se trata de um exagero – pois há uma redução da religião propriamente. Se as tradições espirituais possuem alguma veracidade e se o termo “religião” quer se referir a seu significado tradicional e original de “religio” - a não à multidão de seitas e desvios de diversas índoles, tão comuns no Ocidente -, então o Comunismo trata-se de um sucedâneo - e de um substitutivo cultural - da religião, para aqueles que a abandonaram, que preferiranm lhe dar as costas (o que não quer dizer que, apesar da oficialidade do Ateísmo no âmbito Comunista/Socialista, não possa haver comunistas/socialistas oriundos da religião - desistentes - que ainda possuam alguma referência, algum fundo de crença ou fé - vide a propagação exitosa (cerca de 100 milhões de adeptos), até sua proscrição pelo governo, da seita Fa Lun Gong na China comunista, cujo corpo doutrinal abriga elementos do Confucionismo, do Taoísmo e do Budismo... afinal somos seres humanos)... ]

 

Religião como “religio” é algo que abarca a possibilidade de reintegração não apenas para uma elite metafísica, mas que também fornece possibilidade autêntica às camadas médias da população bem como, ainda, ao Povo Simples/Povão – o que não pode ser esperado de seitas e desvios, os quais acabam se constituindo, via de regra, em terapia ocupacional e, nos casos de desvios graves com identificação exagerada, em auto-engano... 

 

Não há como captar nem restringir a religião cujo significado é  “religio” - e cujo objetivo é o “religare” - num sistema puramente lógico; nem há como aplicar a medida lógica a muitos dos ensinamentos de Cristo em particular - e das tradições espirituais num sentido geral -, onde alguns desses ensinamentos se tratam, na verdade, de parábolas e imagens...  

 

 

Se as religiões são falsas, igualmente o é a experiência religiosa. 

 

A confirmação, porém, da validade e do valor da “religio” é justamente uma experiência religiosa pessoal sadia  (mesmo que se trate, nalguns casos que não são a regra ou maioria, da "loucura saudável" - em contraposição à "loucura mórbida/doentia" - como por exemplo um Drukpa Kunley: se devidamente compreendido e não desviado de seu contexto verdadeiro do Tantra budista, Kunley trata-se de uma "loucura saudável" no âmbito do Vajrayana - interpretações espúrias, sem validade no Vajrayana, porém, comprometem a apreciação da "loucura divina" que em há em Kunley) –. A excperiência religiosa sadia sempre tem se dado no âmbito das grandes tradições espirituais, numa regularidade ortodoxa. 

 

Como já observei neste blog, religião é êxito e fracasso - e as vezes o fracasso não é apenas pessoal mas tem desenvolvimentos de continuidade como no norte da Índia do Buddha Shakyamuni – ver Digha Nikaya capítulo 2 ("Os seis mestres do erro" - todos respeitados, com muitos discípulos, hábeis argumentadores e reverenciados)...  

 

A Luz, entretanto, nunca veio da miséria nem do desvio. 

 

E a religião como “religio”, objetivando o “religare”, nunca nos vendeu a utopia de um "mundo perfeito" - basta olhar no Judaísmo, por exemplo, o episódio do adultério do rei Davi com a mulher Bate-Seba (Bat-Sheva - esposa de um de seus oficiais), o qual culminou, ainda, num homicídio (Livro II de Samuel, cap.11-12) -, mas o valor e a necessidade da responsabilidade pessoal, da observação doutrinal e da regularidade... 

 

A finalidade da religião enquanto “religio” é o descobrimento interior/espiritual - na medida da possibilidade, compreensão e engajamento de cada pessoa.  

 

Recuar da  "religio" - a qual não consiste em mera "terapia ocupacional" - não significa tê-la ultrapassado ou transcendido, mas tão somente ter lhe dado as costas. Ultrapassar ou transcender propriamente a  "religio"  é por dentro e por cima - alcançando uma elevação ou iluminação - , o que é muitíssimo mais nobre, honrado e honesto - porém mais trabalhoso - do que meramente dar-lhe as costas. Quem transcendeu a "religio" alcançou o objetivo...

 

 

A nível de posições pessoais, a necessidade interior das pessoas é diferente e assim também a vocação humana. não repasso metafísica tradicional  - o Buddhadharma, por exemplo - para quem precisa ou está em paz com o dualismo ou não tem recurso interior para alcançar a metafísica tradicional, "funcionar" adequadamente  com a sua formulação; e o que não é mais necessário  - ou não tão necessário - para mim pode ser, entretanto, não apenas necessário mas importante, mesmo valioso para outrem; por outro lado, nem sempre estamos em direções que nunca se encontram: a mesma poesia inglesa que Bertrand Russell aprecia muitos cristãos e teístas diversos também apreciam – Tennyson, Wordsworth,William Blake, etc...

 

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A conversation with a God (Uma conversação com um Deus)

 

There's so much to be afraid of

and who could ever take away this fear?

and every step I make

no progress seems to ease the pain,

I shall no longer watch the audience pray.

 

 Há tanta coisa a temer

 e quem jamais poderia afastar este medo?

 

 E a cada passo que eu dou

 nenhum progresso parece aliviar a dor,

 Já não vou assistir a audiência rezar.

 

Is it not strange that pain is easier to understand

compared to what we dream?

Is it not strange that suffering

feels just like a lonely friend

and silence is our shield?

 

 

Não é estranho que a dor é mais fácil de entender

comparado com o que nós sonhamos?

Não é estranho que o sofrimento

é como um amigo solitário

e o silêncio é nosso escudo?

 

 

There's no such angel looking down on you no

it's gonna be okay-

there's no rainbow without rain.

There is no pixie taking care of you

it's all just fairy tales,

there's no rainbow without rain.

 

Não há o tal anjo olhando-te lá de cima, não

isto é certo...

Não há arco-íris sem chuva.

Não há duende cuidando de ti

tudo isto é apenas conto de fadas,

Não há arco-íris sem chuva...

 

A conversation with God - banda Petrograd (Luxemburgo).

 

[nota: eu era um adolescente – anos 90 – quando me chegou às mãos a tradução deste texto – vindo de europeus socialistas. Recebi a dúvida deles. Na época, melhorou a minha pesquisa... no hoje, não afirmo que aquele anjo não exista: diria que ele necessita de um certo posicionamento, de uma certa postura de nossa parte; diria que ele não tem como agir, não tem como "descer" de onde ele está sem a observação de alguns requisitos por parte da própria pessoa, sem uma "plataforma" adequada de nossa parte que viabilize sua interação com uma existência individual - isto implica, por exemplo, a melhoria dos nossos relatórios pessoais... Como observado pelos luxemburguenses da Petrograd: "Não há arco-íris sem chuva"...]

 

 

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Os textos que se seguirão são todos, independentemente da filiação tradicional de seus autores, oriundos ou correlacionados com a Bhakti marga (Via do Amor). É preciso salientar que no âmbito das tradições espirituais ortodoxas, o que podemos designar como Bhakti marga, não consiste ou se restringe ao sentimento devocional per si ou ainda à experiência mística sem penetração interior/espiritual, mas a um desenvolvimento que se realiza através de um itinerário. A Bhakti Marga se complementa, aperfeiçoa e aquilata com a Jnana Marga (Via do Conhecimento). Se tomarmos para verificação o Protestantismo - na sua idoneidade e excluindo-se resultados questionáveis ou ainda condenáveis do Protestantismo - , nele é totalmente possível falar de uma Bhakti marga em relação a Cristo -“um relacionamento pessoal com Cristo” ou ainda a "Via Mística com Jesus". Todavia, os protestantes, em decorrência mesmo da sua origem, não têm itinerário, sendo a sua Bhakti marga parcial (*), carente - na sua idoneidade - não de resultado nem de consistência, mas de aprofundamento e penetração espiritual.

 

[nota: Não tenho a pretensão de perturbar quem está "em paz com Jesus". Os protestantes não têm meios doutrinais para ir mais longe, não têm upaya... precisariam romper não com Jesus, mas com premissas de sua origem que não tem nada de espiritual, pois que são meramente humanas ou ainda mundanas (o que é improvável que ocorra, até porque isto significaria admitir que tais premissas são falsas, o que estragaria a "festa" de algumas pessoas, embora fosse um benefício efetivo para os fiéis protestantes; diante da impossibilidade, continuam os fantasmas a assombrar o imaginário daqueles que circulam nos meios protestantes: "todos os não-protestantes são do Diabo" ou "estão na mão dele"... e "vão para o inferno"... "todas as pessoas que preferem as tradições espirituais orientais são New Age..." , e por aí vai...)... Um amigo protestante, ao ouvir os termos bhakti, jnana e prajna – embora entendendo minha explanação - me explica que “não é indiano”... porém, mesmo o termo itinerário lhes soa estranho sem a sua explicação. 

Na Índia é explicado que a necessidade do guru decorre não apenas da transmissão autêntica ininterrupta das linhagens/famílias espirituais mas, também, quanto ao papel de "pai" - ou "mãe" - espiritual no qual a presença do guru se dá em decorrência justamente de que o mesmo (a) já chegou lá e conhece as características, os percalços, as sinuosidades e as dificuldades do caminho ... 

O que não é diferente no Ocidente... 

No âmbito católico a transmissão se foca nos sacramentos, todavia a questão da admissão em uma ordem, do itinerário e da direção espiritual permanecem, sendo que, em relação à Via Unitiva, São Boaventura, Santa Teresa de Ávila, São João da Cruz, etc, já chegaram lá e nos deixaram registrados, em suas obras, seus respectivos itinerários. Infelizmente, cumpre salientar que o Concílio Vaticano II, alterando a liturgia, comprometeu a tradição cristã católica desde dentro; fez o serviço que os opositores da Igreja não conseguiam atingir e trouxe a Igreja para o nível do Protestantismo - a Via Mística - , sem ter todavia o Catolicismo a mesma consistência dos protestantes em relação à religiosidade bíblica (a inteligência e visão espiritual da Igreja ultrapassa de longe a simples religiosidade bíbiica, porém, sem a liturgia tradicional rompeu-se o nexo de continuidade com a Igreja primitiva - e, portanto, o nexo espiritual - destarte, embora seja duro expressar-se nestes termos com alguns, o que é colocado ao redor da Eucaristia é mera invenção humana). 

Há alguns que alegam que a "fábrica de santos" (a Igreja)... "reduziu a produção"... "entrou em concordata" ou mesmo "colapsou"... "faliu"...; entretanto, o depósito espiritual vinculado ao Catolicismo permanece... apenas (e miseravelmente) não é acessado. 

 

O problema com a tradição cristã católica não é, em absoluto, externo a ela - não é a divergência entre Clero e Maçonaria/Esoterismo Ocidental (nem seu impacto) nem o Protestantismo nem a chegada no Ocidente das religiões orientais -, é um problema interno e espiritual e que afeta/abala todos os setores da Igreja. 

 

O Catolicismo está sobrevivendo hoje de quanto é vinculado à Bem Aventurada Virgem na Via do Amor/Devoção- aqueles que rezam o terço individualmente, as paróquias que têm grupos de oração e onde o terço é rezado antes do início das missas, bem como,  também em reuniões de oração, as paróquias com grupos de visita - especialmente aos enfermos... 

 

Eu cheguei na Igreja apenas no fim, em 1994. Falecido o padre Joaquim da paróquia que eu frequentava e participava da missa tradicional, aqueles que o sucederam cumpriram a determinação do Concílio Vaticano II de migrar as missas tradicionais para a Nova Missa, na medida em que os padres mais velhos falecessem. Nunca mais senti ou percebi o que eu sentia e percebia na missa tradicional com o velho Joaquim; percebi um esvaziamento espiritual perturbador com a migração. Me perguntava se outras pessoas não sentiam/percebiam estar "faltando alguma coisa"... Para meu azar, frei Clemente Muller, o.f.m., um dos cristãos mais verdadeiros que já vi pessoalmente, - realmente um "filho" de Santo Antonio, homem santo e místico -  faleceu prematuramente  aos 52 anos, aumentando minha dor na Igreja. Não sou sacerdote nem especialista em liturgia como o padre Joaquim, mas, na minha busca pelo resultado que eu percebo podemos atingir com a Igreja, eis que o resultado do aggiornamento imposto à Igreja pelo Concílio Vaticano II, desprezando e enquadrando como exageradas as observações do Concílio de Trento sobre a  missa, foi o empobrecimento/esvaziamento espiritual da Igreja, afetando todos os seus setores  e o destino da tradição cristã... A quase totalidade dos opositores externos da Igreja não conseguiria este resultado - só uma infiltração interna, com aval e permissão do Clero... não consigo achar grotesco os muitos desvios que podemos verificar entre os cristãos - para o Protestantismo, para o Espiritismo, para  o Espiritualismo, etc...] 

 

 

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O Zéfiro [vento da primavera] embriaga-nos

com o seu hálito...

 

É a festa das rosas!

 

Onde está o doce rouxinol?

 

Pede-lhe que nos cante uma canção...

 

 

-A tua beleza é um jardim de flores

e o poeta, de cantos tão doces,

é o teu rouxinol...”

 

 

Coração triste

não te queixes da separação...

 

Neste mundo existem, lado a lado,

o prazer e a dor

como o espinho e a rosa...

 

Eu que outrora fui um homem atilado e sutil

hoje não passo de um pobre

cuja razão vacila...

 

Em meu desespero, rouxinol do amor,

arranco as penas e quebro as asas

para lançá-las ao vento...

 

Mas não posso libertar-me

desta paixão indomável!

 

Brisas cheirosas,

ide para minha Amada...

brincai nas tranças de seus cabelos...

trazei-me de volta o perfume dela....

 

Hafiz (Shamz Ud Din Mohammed - 1310-1390 Shiraz - Pérsia/Iran)

 

[nota: este não é propriamente um gazel composto por Hafiz. Há quatro gazéis de Hafiz aqui.  Ao terminar a leitura dos “Gazéis de Hafiz”, estes versos amalgamados dos Gazéis vieram espontaneamente à minha lembrança... então anotei estes trechos desta forma, conservando esta redação. São João da Cruz, em seus cânticos, nos fala e direciona ao Bem-Amado. Em Hafiz, a “Bem-Amada” é a nossa Amiga...]

 

 

 

"Delicado é o caminho do amor...

nele não há perguntas nem respostas...

 

Somente umas poucas almas puras

sabem de seu verdadeiro deleite...

 

 

Onde há sabedoria pode haver avareza?

Onde há sabedoria a avareza não pode perdurar...

 

Onde há luxúria pode haver amor?

Onde há amor a luxúria não tem lugar...

 

Em minha vida cativa

encontrei a liberdade...

 

Rompi os grilhões de toda a mesquinhez...

 

E mais do que qualquer coisa

guardo comigo amor

que me permite viver neste mundo

uma vida sem limitações..."

 

(Kabir - 1440-1518 -Índia)

 

[nota: era 1996, quando terminei de ler os “100 Poemas de Kabir” selecionados por Rabindranth Tagore - edição brasileira -. Fui organizar as minhas anotações do livro. O cântico acima não é um texto fake, corresponde, na verdade, a trechos de três dos cânticos de Kabir. Mas eles vieram desta forma para a minha memória (mais um amálgama do Kaliputra). Como com Hafiz, preservei esta redação tal como está...]

 

 

 

"Onde te escondeste, ó Bem Amado?

E por que no sofrimento me deixaste?

 

 

Havendo-me ferido

fugiste como cervo...

 

Chamando-te,

atrás de Ti corri

 

Mas longe Tu já estavas..."

 

São João da Cruz (1542-1591 Espanha).

 

[nota: Cântico espiritual de São João da Cruz. Vale a pena mencionar que, neste cântico, São João Cruz, - investigado, autuado e preso pela Inquisição Espanhola -, encontrava-se encarcerado numa masmorra, a pão, água e uma sardinha por dia...]

 

Deus,

dissolveu minha mente

minha separação.

 

Não posso descrever

minha intimidade com Ele.

 

Quão dependente é a vida do corpo

de água, comida e ar...

 

 

Eu disse a Deus:

-Eu sempre serei … a menos que Tu deixes de ser!”'

 

 

E o meu Amado me respondeu:

-E eu cessaria de ser se tu morresses...”

 

 

Eu cessaria de ser”.  Santa Tereza de Ávila (1515-1582 Espanha)

 

[nota: nestes versos temos o resultado da iluminação de Santa Tereza... Não há mais morte... nem tempo... tampouco separação...]

 

 

Cristo não tem nenhum corpo agora

além do teu...
 

Não tem mãos, mas as tuas...
 

Nem pés exceto os teus...


Teus são os olhos através dos quais

se pode olhar

para a compaixão de Cristo pelo mundo...


Tuas são as mãos com as quais

Ele abençoa os homens...

 

 

Cristo não tem corpo”. Santa Tereza de Ávila (1515-1582 Espanha).

 

 

 

 

Quando minha mente estava limpa de impurezas,

 

Como um espelho de sua poeira e sujeira,

 

Eu reconheci Bhairava [Shiva] em mim:
 
 
Quando eu O vi habitando em mim,
 
Eu percebi que Ele era tudo
 
e eu não era nada...
 
 
 
“Eu era nada”. Lalleshvari – yogini/profetisa do Kashmir/Índia (1320-1392)
 

 

 

 

 

Eu poderia dispersar as nuvens do Sul,

 

Eu poderia drenar todo a água do mar,

 

Eu poderia curar os doentes incuráveis,

 

Mas eu não posso convencer um tolo...

 

 

Não posso convencer um tolo” - Lalleshvari – yogini/profetisa do Kashmir (1320-1392).

 

 

 

Mãe,

 

Dinanath [Krishna] o esposo dos humildes

me tem feito sua noiva...

 

56 milhões de devas [seres celestiais] vieram no séquito de Krishna,

o noivo.

 

Sonhei com uma grinalda de folhas de manga...

 

Sonhei que Harí [Krishna] sustinha minha mão

e juntos dançávamos ao redor da fogueira...

 

Sonhei uma felicidade imortal...

 

Mira ganhou Girdhar [Krishna]

seu amor eterno...

 

Princesa Mira Bai (1498-1547 - Índia).

 

[nota: a Princesa Mira Bai é a grande santa e mística hindú do século XVI, devota de Krishna, a qual, iniciando sua jornada mística mediante profunda devoção, chegou - sem dispensar a instrução de um guru - a um alto grau de realização espiritual, tendo sido absorvida por Krishna. Este bhajan ou canção de amor místico retrata uma das experiências místicas da santa com Krishna. ]